Ora, nestas alturas em que novos Ubuntus são lançados, principalmente as versões LTS, muita gente quer realizar a migração do seu ubuntu ultrapassado para essa nova versão. Ora, nesta necessidade e procura de atualizar para o novo Ubuntu, a maioria pergunta-se:
- Devo fazer uma instalação limpa ou é suficiente atualizar tal como o Ubuntu propõe?
A pergunta é simples a resposta pode ser direta mas é longa!
Esta pergunta ocorre porque logo após a publicação oficial dos Ubuntus, todos os Ubuntus antigos apresentam uma mensagem semelhante à da imagem abaixo, onde é proposta a migração para a versão mais atual e estável do Ubuntu. Mas será mesmo esta a melhor escolha? Para quem tem preguiça, talvez.
- Se quer ver já quais são as diferenças, avance para a secção "Atualização VS Instalação Limpa".
O Ubuntu utiliza um sistema de pacotes chamado deb (proveniente do projeto Debian) que tem características ótimas para executar atualizações. O Ubuntu utiliza, e muito bem, estas potencialidades para se manter sempre íntegro em termos de controlo de versão das aplicações dos seus utilizadores, no entanto não utiliza todas as potencialidades. O Ubuntu efetivamente usa estas capacidades, mas sempre dentro da linha da versão principal da aplicação e não atualizações gerais de cada aplicação. Isto significa que geralmente o Ubuntu nunca atualiza os programas para a última versão, apenas atualiza-os em termos de correções de bugs.
Por este motivo há muitos utilizadores que criticam esta política de versões de 6 em 6 meses e sugerem que o Ubuntu seja Rolling-Release. No entanto, esta política do Ubuntu é boa para o seu próprio marketing e nesse sentido sai uma versão a cada 6 meses e nessa altura os utilizadores podem realizar a atualização para a nova distribuição. Ao fazê-lo irá receber atualizações das aplicações e não apenas de correções de bugs, ficando então com as aplicações o mais atualizadas possíveis, mediante o que foi estruturado para a versão mais atual e estável do Ubuntu.
Esta é uma explicação simples do que realmente acontece em termos de atualizações do Ubuntu. Em teoria, o que acontece é que ao fim de 6 meses ficamos num estado igual ao que se se tivéssemos um Ubuntu Rolling Release. Na prática, como são atualizações mais profundas e de uma vez só podem causar situações inesperadas.
- Porquê que ocorrem situações inesperadas?
- execução de um [possível] conjunto de scripts de preparação da instalação dos ficheiros;
- instalação dos ficheiros, que na prática é um copiar colar de cada ficheiro para o respetivo local
- execução de um [possível] conjunto de scripts de remoção da versão anterior;
- execução de dois [possíveis] conjuntos de scripts de remoção de ficheiros;
Isto quer dizer que há um conjunto de ficheiros que são removidos (substituídos ou via script). Ora à medida que ocorrem atualizações, há ficheiros que são acrescentados e outros ficheiros que são removidos [e esquecidos]. Nesse sentido, os programadores geralmente tratam de controlar tudo o que é necessário e remover tudo o que não é necessário. Mas como somos humanos, podemos facilmente esquecer ao fim de algum tempo. Muitas vezes é isso que acontece quando estamos a fazer atualizações de uma versão para outra (diferente de uma atualização de manutenção/correção de bugs).
Nesse sentido, à priori e tecnicamente, muito provavelmente uma instalação do Ubuntu através de uma atualização poderá incorrer em ficheiros e configurações velhos, desnecessários e esquecidos.
Atualização VS Instalação limpa
A atualização é sempre algo mais simples: basta clicar para atualizar, aguardar e continuar a utilizar o Ubuntu exatamente como o tinha antes, com as suas configurações, preferências, temas e até passwords salvas no browser e outras aplicações. No entanto, ela traz também configurações que não gostamos ou até configurações que serão sobrepostas às novidades que possivelmente o novo Ubuntu teria.
Por outro lado uma instalação limpa dará mais trabalho pois terá de repor as configurações e instalar os seus programas preferidos. No entanto, terá um sistema limpo com configurações preparadas pela equipa de desenvolvimento e que potencialmente serão mais rápidas.
Muita gente poderá dizer que a atualização é um processo mais rápido, no entanto, hoje mesmo fiz esse teste (vídeo abaixo)! A atualização demorou cerca de uma 75 minutos, ao contrário da instalação que demorou cerca de 20 minutos, ou seja demorou cerca de 25% do tempo. Claro que não estou a contabilizar o tempo de download do ficheiro ISO.
Em resumo temos que:
- Uma atualização
- tem a favor:
- Não exige o download prévio do Ubuntu, é só clicar para atualizar;
- Não é necessário voltar a escolher partições, é só esperar para que conclua a tualização
- As configurações/preferências pessoais mantêm-se, evitando ter de reconfigurar
- As aplicações mantêm-se instaladas, não sendo necessário voltar a instalar
- Tem os seguintes problemas:
- Podemos ficar com ficheiros descridibilizados, que deixaram de fazer sentido;
- As configurações que tínhamos previamente poderão sobrepor as configurações novas, o que significa que poderemos não ver todas as novidades;
- O processo de atualização é demorado e potencialmente poderá dar algum problema imprevisível (tal como aconteceu no vídeo abaixo)
- tem a favor:
- Uma instalação limpa
- tem a favor:
- As configurações estão limpas, precisamente tal como os programadores decidiram que elas fossem;
- Não tem ficheiros sem interesse, lixo
- A instalação demora cerca de 20 minutos
- Tem os seguintes problemas:
- Exige que se faça download do ficheiro ISO e se grave num CD ou pen Drive
- É necessário instalar todos os programas novamente;
- É necessário reconfigurar tudo novamente (a não ser que tenha a /home separada)
- tem a favor:
Antes de apresentar a minha opinião pessoal, hoje mesmo fiz as duas instalações e no caso da atualização e gravei todo o processo (os cerca de 75 minutos) que se resumiu em cerca de 4 minutos de vídeo, que mostra os problemas que tive no final. Vale a pena dar uma vista de olhos para quem não conhece este tipo de atualizações:
Minha opinião pessoal
A minha opinião pessoal vai ser muito direta: a atualização irá levar a um ubuntu nada otimizado, carregado de configurações não objetivas, ficando-se com um Ubuntu que é um mix entre as coisas antigas e as novas, não ficando nem com o bom do novo nem com um bom do antigo. Ficando com uma coisa imprevisível que provavelmente não será agradável de utilizar.
Nesse sentido, recomendo uma instalação limpa! Ficará com todas as coisas boas da nova versão. A instalação dos programas será certamente o maior inconveniente, mas é algo que vai fazer em pouco tempo e nunca mais terá de se preocupar. Relativamente às configurações, eu trago apenas as que quero através deste método da partição /home separada.